É possível ter vida normal com apenas um rim?

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É possível ter vida normal com apenas um rim?

É muito frequente atendermos, no consultório, pacientes portadores de rim único. O grande receio dos pacientes é saber se há riscos em viver apenas com um rim.

Vamos, inicialmente, conhecer as principais causas de rim único:

  • Congênita (alguém que nasceu apenas com um rim);
  • Retirada cirúrgica (trauma ou doação);
  • Perda da função de um dos rins (obstruções vasculares, más formações anatômicas, como estenose da JUP, pielonefrite ou grandes cálculos renais).

Se o paciente nasceu apenas com um rim, ou se a perda da função de um dos rins se deu nos primeiros anos de vida, é normal que o rim que sobrou fique maior, para compensar a falta do outro. Temos, nesse caso, o Rim Vicariante, o que é esperado — uma adaptação funcional e fisiológica.

Muitos pacientes que nasceram apenas com um rim descobrem essa condição ocasionalmente, ao realizarem um ultrassom abdominal.

Caso o rim remanescente funcione normalmente, o paciente vai ter uma vida normal, sem restrições ou cuidados especiais. Não há necessidade de dieta específica. Não há grandes riscos.

Famosos esportistas, como o canoísta Isaquias Queiroz e o rei do futebol, Pelé, tiveram suas maiores conquistas vivendo apenas com um rim.

Orientamos que o paciente não faça esportes ou atividades de impacto na região lombar. Orientamos também as mesmas medidas de saúde renal que valem para todas as pessoas:

  • Beber muita água, no mínimo 30 ml por kg de peso;
  • Evitar o excesso de sal, gorduras e alimentos processados;
  • Evitar o consumo abusivo de anti-inflamatórios;
  • Manter-se no peso adequado;
  • Não fumar;
  • Controlar e evitar a hipertensão e o diabetes.

O paciente com rim único precisa passar em consulta com o nefrologista, pelo menos uma vez por ano, para exames de imagem, creatinina e microalbuminúria.

Se você tem (ou conhece alguém com) rim único, agende sua avaliação.

Dr. Fabiano Bichuette Custodio
CRM MG 46712 – RQE 31363