Excesso de sal e os rins: quanto é demais?

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Excesso de sal e os rins: quanto é demais?

O sal faz parte da nossa rotina e é fundamental para funções vitais do organismo. O problema é a quantidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o brasileiro consome, em média, o dobro do sal recomendado diariamente. A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) alerta que esse excesso aumenta significativamente o risco de hipertensão, retenção de líquidos e doença renal crônica. O impacto não é imediato, mas é silencioso e progressivo.

Quanto sal podemos consumir por dia?

A recomendação da OMS é clara: até 5 gramas de sal por dia, o equivalente a uma colher de café. O ponto crítico é que a maior parte do sódio não vem do saleiro, mas de produtos industrializados. O Ministério da Saúde destaca que alimentos como embutidos, fast food, salgadinhos, temperos prontos, molhos e macarrão instantâneo estão entre as principais fontes de sódio na dieta brasileira. Isso significa que mesmo quem “não coloca sal na comida” pode estar consumindo muito mais sódio do que imagina.

Como o excesso de sal afeta os rins?

O consumo elevado de sal aumenta o nível de sódio no sangue. Para tentar equilibrar esse excesso, o corpo retém mais água, elevando o volume sanguíneo e a pressão arterial. A SBN explica que a pressão alta danifica os vasos renais ao longo do tempo, reduzindo a capacidade de filtragem dos rins e favorecendo o aparecimento de:

• insuficiência renal
• proteinúria
• doença renal crônica
• piora da hipertensão
• retenção de líquidos e inchaço

A National Kidney Foundation (NKF) reforça que a combinação sal em excesso e pressão alta é um dos maiores fatores de progressão de doença renal.

Quem deve ter ainda mais cuidado com o sódio?

Determinados grupos precisam de controle rigoroso do sal:

• hipertensos
• diabéticos
• pessoas com doença renal crônica
• pacientes com insuficiência cardíaca
• indivíduos com histórico familiar de doença renal

Esses fatores de risco são descritos tanto pela SBN quanto pelo Ministério da Saúde.

Como reduzir o consumo de sal de forma prática

A mudança não precisa ser radical. De acordo com o Ministério da Saúde, o processo gradual funciona melhor e tem maior chance de ser mantido no longo prazo. Algumas estratégias ajudam muito:

• evitar industrializados e temperos prontos
• usar ervas e especiarias naturais
• ler rótulos e escolher produtos com menos sódio
• reduzir aos poucos a quantidade de sal no preparo
• trocar snacks por frutas e castanhas
• preferir alimentos frescos
• atenção ao sal escondido em pães, queijos e molhos

O objetivo é melhorar a qualidade da alimentação sem perder o sabor.

FAQ – Perguntas frequentes sobre sal e os rins

  1. O sal rosa é melhor para os rins do que o sal comum?
    Não. Tanto o sal rosa quanto o sal refinado têm praticamente o mesmo teor de sódio. A SBN reforça que, para os rins, o impacto é igual.
  2. Quem tem doença renal deve cortar totalmente o sal?
    Não necessariamente. O sal deve ser reduzido ao mínimo possível, mas a quantidade ideal precisa ser orientada por nefrologista e nutricionista.
  3. Excesso de sal pode causar insuficiência renal?
    Sim. O consumo elevado aumenta a pressão arterial, que é uma das principais causas de doença renal crônica, segundo a SBN e a NKF.
  4. Refrigerante e fast food prejudicam os rins por causa do sal?
    Sim. Além do excesso de sódio, esses produtos contêm aditivos que sobrecarregam os rins e prejudicam a função renal ao longo do tempo.

Dr. Fabiano Bichuette Custodio
CRM MG 46712
RQE 31363
Nefrologia, Diálise, Transplante Renal